25 de julho de 2016

Andamos por aí!

Andamos por aí e continuamos sempre ao vosso dispor. Tem sido o nosso desejo contribuir para o bem-estar das crianças, jovens e pais. Faltavam os nossos amigos animais! Informe-se!




18 de julho de 2016

Novo conceito de Sala de Estudo na Sintricare 2016/7

Atualmente, a Escola é o centro da vida das crianças. Se tudo correr bem… Criam amizades, relacionam-se de forma harmoniosa com todos, aprendem, motivam-se, investem, aceitam desafios e são felizes.


Mas nem sempre é assim… Quando não se sentem incluídos, quando se sentem perdidos, quando têm dificuldades na aprendizagem que não conseguem ultrapassar, quando são impulsivos, desorganizados… Surge a frustração, o desinvestimento, a baixa auto-estima…

Para os pais não é fácil dar resposta a todas as exigências do dia-a-dia e não é por não quererem, é porque não conseguem, e assistirem ao desinvestimento dos filhos, aos altos e baixos e ainda, gerir os seus próprios sentimentos… É difícil e complexo! Surge o sofrimento e surgem muitas questões: Quem está a errar? Como podemos ajudar mais? Onde está o caminho?

O projeto da SINTRICARE aposta num novo conceito de Sala de Estudo – Sala de Apoio Psicopedagógico, um lugar que pretende desenvolver um Espaço Integrado entre Pais, Alunos e Escola. Acreditamos que, num ambiente acolhedor, desenvolvendo a consciência e a co-responsabilidade, com tutoria e orientação, aprender poderá ser uma fonte de bem-estar que se refletirá na família.

Contacte-nos e esclarecemos as suas dúvidas!

Temos poucas vagas!

Contactos:
Tel. 219 107 733
E-mail: sintricare@gmail.com

Foto: John-Mark Kuznietsov, unsplash.com

11 de julho de 2016

Uma das camuflagens da dor

Final da tarde e como todas as semanas acontece, o Rodrigo* vem à consulta.

O sorriso malandreco carateriza-o. É alto, com pernas esguias mas ombros largos, como se tivesse vestido com um equipamento de futebol americano. A sua imagem é muito cuidada.

Bom aluno! Bem, neste momento…

Fala com muito à vontade de todos os assuntos da atualidade e daqueles que são do seu interesse. É muito curioso e ativo! Tem necessidade de perceber como vivem os outros para lá da sua realidade.

Contudo na escola e em casa é desafiador, tenta passar os limites e tende a mentir…

Quando lhe é feita uma pergunta mais direta onde terá que elaborar uma resposta que implique as suas emoções ou comportamentos, sente como uma ameaça e defende-se...

Uma destas tardes durante a consulta foi “retirando as vestes do futebol americano”, muito devagarinho foi inclinando a cabeça para a frente até a pousar em cima dos seus braços cruzados na secretária e aí o seu coração falou…

- Estou cansado! Já estou muito cansado…

Começou a inclinar-se para o lado, sentado na cadeira, com uma mão a segurar a mesa e o seu corpo ia em direção ao chão e ao mesmo tempo em forma de gemido saiu das suas entranhas - Estouuuuu faaaaaartooooooo…

Consegui ler as legendas que passavam invisíveis por cima de si e diziam: “sinto-me um derrotado” “não brilho em nada que faço”, “não valho nada”, “não correspondo às expetativas”… Ao partilhar consigo, disse-me - Como sabes? Não podes dizer a ninguém…

O dilema interno é intenso e angustiante e apesar da sua postura aparente passar outra mensagem, dentro vive falta de confiança, em si e nos outros…

Quem não conhece crianças e jovens que se manifestam assim?

Aprendem a dominar para não serem dominados, a mostrarem-se fortes para esconderem as fragilidades, a agredir para não ser agredido, a seduzir, a manipular… Apesar de ser desafiante estar com crianças ou jovens com este perfil, se sustentarmos a sua dor que vem carregada de mau humor, de agressividade e prepotência, usando o sentido de humor e a consistência nas nossas atitudes, aos poucos eles ganharão confiança nos outros e em si próprios. 

É preciso não nos prendermos nos comportamentos que mostram, mas temos que atravessar com eles o abismo que colocam entre si e si... Visitar esse lugar muito devagarinho e ficar lá de uma forma verdadeira...

* Nome fictício
Imagem de Jason Rosewell, retirada de unsplah.com

4 de julho de 2016

Pais

Chegam à sala de espera e olham à volta para fazerem um primeiro reconhecimento. Vir ao psicólogo falar do seu filho não é, por certo e para a maioria dos pais, uma situação confortável.

Quando falam dos filhos, falam de si, falam da sua família e da história de cada um… mesmo que não queiram mexer no baú das memórias… Elas estão implícitas nas atitudes, na perceção que têm da vida e dos problemas, nos vínculos que desenvolvem e na forma como comunicam.

A entrada para o gabinete é mais um passo e acredito que o coração acelera e os pais ficam mais atentos… Esse passo é para dentro do gabinete mas também é para dentro de si…

Por isso é tão importante estar num lugar confortável e seguro. E mais importante ainda é não se sentirem julgados por quem fica do outro lado da cadeira, mas sim, acolhidos nas suas preocupações!

Quando as formalidades, que colocam qualquer um naquela camada mais distante do sentir, vão dando espaço à naturalidade, passando pela manifestação de expressões espontâneas e acabando por vezes a soltarem as mais diversas emoções, os pais chegaram ao lugar que tanto ansiavam: serem compreendidos!

No final da consulta o sentimento deve ser apaziguador e diria também que deve ser de esperança. Nunca esquecendo que o bem-estar dos filhos depende na maioria dos casos do bem-estar dos pais e da harmonia entre o casal!

Os filhos ficam felizes quando os pais estão felizes!  

Quantos casais (pais) entraram na autoestrada da vida e já não fazem paragens, não observam, não se sentem?

As crianças/jovens acusam este cansaço demonstrando irritabilidade, agitação, falta de concentração, isolamento… M
au estar!!!

SUGESTÕES (procurem aquelas que vos faça sentido)

Um pequeno-almoço na cama
Um passeio a ver o mar
Um jantar de amigos ou um jantar em casa à luz das velas
Uma escapadela sem os filhos (avós, tios, primos, vizinhos, amigos podem colaborar)
Ver um filme ou ir ao cinema      
Simplesmente conversar
Fazer uma visita às recordações (em palavras, em fotografias, em filmagens familiares)
Programarem uma saída de fim-de-semana


Por pequeno que seja o gesto, acordem o vosso amor!